13/11/2024 08:00:00 Expresso Chagas XXI da Fiocruz integra programação do Medtrop 2024
O Projeto Expresso Chagas XXI da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ) e a Oficina de Triatomíneos integram a programação do Medtrop 2024 por meio do ChagasLeish 2024.
As atividades do Expresso XXI foram realizadas nos dias 11 e 12 de novembro, no Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPPA) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), que abraçou essa causa, e a Oficina Virtual de Entomologia aplicada à doença de Chagas aconteceu sob coordenação da Fiocruz-MG.
Segundo a coordenadora do ChagasLeish 2024, Ana Yecê Pinto, que é médica e pesquisadora do Instituto Evandro Chagas, o Expresso Chagas XXI é uma atividade voltada para educação, ciência e arte, que aborda todos os aspectos da doença de Chagas: ensino, pesquisa, assistência e especialmente, a pessoa afetada pela doença. “É essa pessoa que está no centro dessa atividade”, afirmou.
Já a Oficina Virtual capacitou cerca de 70 profissionais, principalmente das Secretarias Municipais de Saúde que atuam no controle de vetores. “A iniciativa foi da pesquisadora Liléia Diotaiuti, da Fiocruz-MG, estimulada pelo sucesso do realizado no Medtrop 2023, cuja programação foi toda em ambiente virtual. “Ela ajustou o conteúdo da oficina, com conclusões mais consistentes, para incorporar à programação do Medtrop 2024, pois a ideia é que a gravação seja veiculada durante todo o Congresso”, informou.
Visita – O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) e do Medtrop, Júlio Croda, visitou o Expresso XXI na manhã deste sábado (12), sendo recebido pela coordenadora do projeto Tânia Araújo-Jorge, que é médica imunologista e pesquisadora titular da Fiocruz, que apresentou o conteúdo de cada um dos vagões do trem.
O Expresso Chagas XXI é uma tecnologia social, criada em conjunto com a comunidade interessada pelo tema, para dar visibilidade à problemática da doença de Chagas e realizar busca ativa de pessoas na fase crônica assintomática em áreas endêmicas, como é o caso da cidade de Belém.
Assim, no dia11 das 8h às 17h e no dia 12, das 8h às 12h, o Expresso Chagas XXI recebeu a visita de crianças e adultos que participaram de palestras, oficinas, atividades de ciência e de arte.
Na exposição, é possível percorrer um trem imaginário, conduzido pelo pesquisador Carlos Chagas, que descobriu a doença em 1909 e as atividades ocorrem em seis vagões temáticos, em analogia ao vagão da estação ferroviária de Lassance, cidade de Minas Gerais, no qual o cientista morou e trabalhou, no início do século XX.
A programação também incluiu testagem gratuita para doença de Chagas, pois muita tem a doença e não sabe. Até às 11h deste sábado (12), cinco casos haviam sido detectados. Essas pessoas foram encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas (IEC) para confirmação do diagnóstico e tratamento.
Avaliação – Tânia Araújo-Jorge fez um balanço positivo do projeto em Belém. “Dois dias é sempre pouco, mas foi uma experiência muito positiva, não só pela integração com o Centro de Ciências e com cinco Programas de Pós-Graduação, mas especialmente, pela presença da população, todos os nossos vagões estão cheios neste sábado, e pela cobertura dada pela imprensa local”.
Ela informou que na sexta-feira (11), os técnicos da Fiocruz tiveram a oportunidade de formar pessoas de modo que o Expresso Chagas vai poder ficar em Belém independentemente da Fiocruz, ou seja, ele passa a ser sediado aqui também. “Então, aqui passa a ser uma subsede do Expresso Chagas XXI para toda a região amazônica, a partir dessa formação que foi feita, tanto teoricamente nos cursos quanto na prática aqui no evento”, anunciou a coordenadora
O Centro de Ciência vai ter uma sala fixa com exposição dedicada à saúde onde Chagas passa a ser um componente importante. “Eles vão poder fazer exposições itinerantes como essa em outros municípios, bairros e locais porque a população vulnerável não tem hábito e cultura de ir à Universidade, que é um centro de ciência, então é importante fazer o caminho inverso, tem que ir aonde o povo está e para fazer isso não pode ser a equipe do Rio, tem que ser equipes locais que agora ficaram treinadas para isso”, detalhou Tânia Araújo-Jorge.
Segundo Tânia Araújo-Jorge, cada cidade visitada tem o seu contexto e o risco aqui é o da forma aguda da doença de Chagas, com transmissão por via oral, principalmente pelo consumo do açaí que faz parte da cultura paraense, enquanto em Goiás e Minas Gerais, a transmissão vetorial é a principal. “Então, é muito importante a conscientização e educação para a prevenção desse tipo de transmissão, sendo que também ocorre a transmissão vetorial e o vertical, quando a mãe que não tratou a doença passa para o seu bebê.
A coordenadora do projeto ressaltou, ainda, que o diferencial nas expedições de 2024 foi a disponibilidade do teste rápido produzido pela Fiocruz, que está sendo testado em campo nesse momento e o resultado é muito bom. “É um teste muito sensível, então não vamos perder nenhum caso. Não vai ter falso negativo, pode até ter falso positivo e aí a gente faz a confirmação. A proposta da Fiocruz é que futuramente esteja disponível em todas as unidades básicas de saúde”, concluiu Tânia Araújo-Jorge.
Comunicação e ciência – De acordo com Júlio Croda, a covid-19 mostrou que existe uma dificuldade muito grande de traduzir ciência para a população em geral e que há um distanciamento enorme entre os cientistas e a população, o que propicia um campo para a disseminação de fake News. “Então, a gente, como cientista ou instituições relacionadas à ciência, temos que investir mais em comunicação e ciência justamente para combater a desinformação”.
Ele disse que a tendência é que isso aumente com as redes sociais e que as instituições públicas e privadas também têm o importante papel de fazer essa tradução da ciência para a população em geral. “A gente só vai valorizar a ciência quando ela for entendida por todos e não por um grupo específico que não consegue traduzir a importância da ciência no dia a dia da vida das pessoas”, concluiu o presidente da SBMT.
Em Belém, além do Medtrop, Uepa, e IEC, o projeto recebeu apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA), Fundação Hemopa, Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Instituto Tecnológico Vale (ITV) entre outras instituições.
Texto: Roberta Vilanova/Belém-PA
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